Segue os demais componentes da mesa do 17-04-2018.
Acompanhando todos estes dias de 'semillero' / conversatório já é possível fazer algumas definições importantes para descrever cada sessão: profundo e denso. O conversatório têm trazido questões que vão mais além do 'México profundo' e abrangem todo o momento caótico e nefasto que estamos vivendo como seres viventes neste planeta.
A divisão das 'charlas' em vários post's tem super significado e justificativa nisso.
Espero que possamos, conjuntamente, gradativamente ir digerindo e processando todas as falas e mais do que tudo pensando e agindo diante do nosso cenário nacional (Brasil) e internacional.
Palavra de Alejandro Grimson
"Oi eu sou o 'poder',quero estruturar sua imaginação política; quero dizer como deve ser sua imaginação cultural!"
Como romper as estruturas do pensar e do imaginário
Incrementar autonômias
O antropólogo argentino Alejandro Grimson iniciou sua fala sobre interculturalidade crítica e quais as ferramentas para construir 'un mundo donde quepan muchos mundos!' , um mundo verdadeiro e tolerante que nos possibilite, primeiro, romper con as estruturas neoliberais e sua falsa multiculturalidade que cria, mais bem, guetos.
Somos todos subalternizados!!
Debaixo desta insignia Alejandro nos convoca a romper com as fronteras do imaginário político e cultural imposto pelo poder em todas as suas formas. Também nos chamou a repensar e também romper as fronteiras teóricas que precisamos atravessar.
Pensando e reconhecendo : quem são esses sujeitos subalternos e suas lutas;
Criando: Redes de articulação entre as diferentes lutas;
Incrementando: Autonômias
Palavra de Alicia Castellanos
Desde que trincheira estamos?
Luta com o pensamento
O que significa uma candidatura indígena?
A antropóloga Alicia Castellanos organizou a sua fala em torno da sua participação como parte da Sociedade Civil que apoiou e recolheu as assinaturas da candidatura de Marichuy e o Conselho Indigena de Governo (CGI). Falou sobre isso desde o seu lugar, desde a universidade, desde os espaços acadêmicos, enfatizando que a trincheira de onde estamos falando é a trincheira do pensamento.
Colocou em termos práticos o significado da campanha de Marichuy:
- Visibilizar os povos deste outro México: Um México racista e excludente que não visualiza aos povos indígenas hoje, mas, que valoram em demasiado seu passado guerreiro e indígena. Falarei sobre isso em post's futuros.
- Impulsionar as relações dos povos originários que, sem dúvida, nas palavras de Alicia Castellanos, são os 'sujeitos históricos do século XXI';
- Visibilizar uma luta histórica e possibilitar o encontro desta luta histórica com os diversos cidadãos da república mexicana;
- Criar e organizar as lutas mais diversas;
- A campanha gerou uma solidariedade impressionante além de um encontro intergeneracional;
Reconhecendo o que somos hoje, onde estamos e pensando no que faremos.
O antropólogo Gilberto López Rivas inicia a sua fala relembrando a duas teses do falecido Subcomandante Marcos. A primeira delas, que diz respeito ao capitalismo, é o fato de entender e defender que é impossível compreendê-lo sem o conceito de guerra. O capitalismo se produz e reproduz por meio da guerra. A segunda delas diz respeito a construção do sujeito autonomo que implica em duas características: comunitarismo e identidade.
Encarando o que realmente temos, o cenário de 'recolonização de nossos países' e aquilo que falhou no que se chamou de socialismo real.
Considerando o fator ético como eixo condutor destas novas ações e organizações que se devem dar ou serem articuladas.
Agradecimento pelas fotografias: Gastão Guedes
Link para assistir a mesa do dia 17-04-2018:
SESIÓN DEL MARTES 17 DE ABRIL
http://enlacezapatista.ezln.org.mx/2018/04/15/transmisiones-del-conversatorio-miradas-escuchas-palabras-prohibido-pensar/