terça-feira, 27 de novembro de 2018

“Por uma geografia da autonomia” - “A experiência de autonomia territorial zapatista em Chiapas, México”

Para enfrentar os tempos obscuros nada melhor do que ler, estudar, reflexionar e construir pontes de conhecimento ao lado de compas comprometidos com a transformação deste em outro mundo.

Estou relendo alguns trechos de uma obra importante para compreender desde o aspecto territorial e da organização / articulação Geográfica os governos autônomos zapatistas, falamos do livro: “Por uma geografia da autonomia” - “A experiência de autonomia territorial zapatista em Chiapas, México”, do compa Fábio Alcamino. Fruto de sua dissertação de mestrado no departamento de Geografia da USP, o trabalho aborda os aspectos organizativos e os marcos geográficos dos caracóis zapatistas como a perspectiva e esboço de uma Outra Geografia, uma Geografia Alternativa.

O primeiro parágrafo da introdução nos traz tantas coisas sobre os nossos últimos dias. Mitos e mais mitos de um neoliberalismo contemporâneo, responsabilização do sujeito e afins. Aqui comparto com vocês o parágrafo e recomendo a leitura do livro, não somente para os interessados no tema dos zapatistas, mas, também, para aqueles interessados em reflexionar sobre novas formas de construir o mundo e repensar geografias e autonomias.


“Certo pensamento neoliberal contemporâneo se encarrega, nada ingenuamente, de naturalizar os processos sociais que deram luz à sociedade ao revés que hoje presenciamos e fazemos parte. É comum, neste discurso falacioso, imputar ao (s) oprimido (s) o ônus da batalha, assim como, ao (s) opressor (es) , o direito divino ao butim de guerra. “Tudo é uma questão de mérito”, costumam exaltar. Na ótica desta nefasta ideologia, um negro supostamente encontra-se vivendo na favela de uma periferia urbana porque sua índole racial o faz desdenhar das “oportunidades de trabalho” que lhe são conferidas, enquanto, por sua vez, um senhor de cútis clara ocupa a cobertura de um luxuoso edifício por sua “altivez laboral” e sua “força de vontade”. Um indígena, na mesma medida, desgarrado de sua comunidade a qual fora tornada propriedade privada de um sujeito vindo sabe-se lá de onde, torna-se o culpado de seu próprio flagelo, seja pela “propensão aos vícios” , seja pela “preguiça”, seja por sua “falta de ambição”. Tal visão essencialista e anistórica serve como mecanismo de perpetuação da hegemonia branca e burguesa, sendo, muitas vezes, contraditoriamente reproduzidos pelas próprias classes socialmente dominadas.” – p. 19

"Escutaram? Esse é o som do seu mundo se derrubando e do nosso ressurgindo. O dia que foi dia, era noite. E a noite será o dia que será o dia."


Em todos os lugares que tenho ido e com todas as pessoas com as quais tenho conversado e que tem aproximações dessa nossa forma de pensar o mundo, eu tenho falado insistentemente sobre este momento dos zapatistas e todo o significado que ele tem para os nossos dias atuais de luta.

Em 2012, quando todos achavam que o mundo iria acabar, conforme a intepretação do calendário maya, eles fizeram uma caminha silenciosa desde as suas regiões até San Cristobal de Las Casas, para dizer contudente que aquele barulho que todos ouviam e a fala do fim do mundo na verdade, era o fim deste mundo, da bárbarie ocidental, da desumanidade do ser humano pelo sistema capitalista e o esmagamento do ser social pelo neoliberalismo.

Esse mundo queridos e queridas está acabando. As ondas conservadoras e reacionárias são a amostra dos últimos respiros dessa civilização em declínio que vivemos.
Nosso papel é junto com os zapatistas dizer:

"¿Escucharon? Es el sonido de su mundo derrumbándose, es el del nuestro resurgiendo. El día que fue el día, era noche. Y noche será el día que será el día"

Escutaram? Esse é o som do seu mundo se derrubando e do nosso ressurgindo. O dia que foi dia, era noite. E a noite será o dia que será o dia."

A nossa luta continua!
Construamos um novo mundo!
Uma nova humanidade!
Novas formas de relacionarmos com os demais, com nós mesmos e com a natureza!


https://www.youtube.com/watch?v=CrFVB78SpE0


quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Un poco más sobre la importante actuación de Maria José Barbosa (Masé) en la Misión de Bachajón, Chiapas.



Relato: Padre Mardonio Morales*




Maria José Barbosa Rinaldi, la querida Masé en Bachajón, Chiapas 1977.


En el año de 1975 hace su aparición Masé, que viene de visita desde
Brasil por seis meses que se alargarían por cuatro años. Una pedagoga
notable y muy crítica. Ella nos sugiere y nos ayuda a entender primero
y a practicar después un método mucho más activo y participativo en la
catequesis a base de transformar al catequista–maestro, en catequista–
animador. Se busca la participación y reflexión de la comunidad, más que
la indoctrinación de verdades dogmáticas ya elaboradas.
Hasta aquí llegué…
Mardonio Morales S.J.
Arena, febrero 1985.




*Relato disponível na coletânea de documentos organizada por Manuel Esparza. ESPARZA, Manuel. Un legendario activista de Chiapas: Mardonio Morales. Antecedentes del levantamiento zapatista de 1994.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Transtornos de um projeto de pesquisa sobre terras incógnitas.



Pauleany Linhares Prince
Mestranda em História Social
Universidade Federal de São Paulo



            Com o título: “Sobre quando ‘os mortos’ começam a falar: experiência e subjetividade na escrita do sujeito histórico e revolucionário do EZLN (Exército Zapatista de Liberação Nacional) – Uma análise a partir dos comunicados: 1994 - 2013[1] este trabalho, no início do mestrado, possuía outras proposições que o vinculavam mais a questão historiográfica, da escrita do sujeito histórico e da filosofia da história. A intenção era a de investigar de que maneira se (re) escrevia a história do sujeito histórico “indígena”, “camponês” e “latino-americano” tendo como base a análise dos comunicados produzidos e vinculados pelo EZLN e articulando as concepções da subjetividade do sujeito histórico presentes em  Antônio Gramsci, Marc Bloch, György Lukács, Walter Benjamin, Edward Palmer Thompson e Eric Hobsbawm e  sob a perspectiva de análises conjunturais de longa duração baseadas em teorias históricas, sociais e filosóficas de Enrique Dussel, Edward Said, Imanuel Wallerstein e Fernand Braudel.
A ideia de pensar estes sujeitos históricos: o indígena e o camponês dentro do discurso do EZLN também convergiu com a possibilidade de construir, através de seus discursos políticos e suas práticas -  em uma palavra, experiência - , uma cronologia do movimento e pelo movimento. Considerando isto, em maio de 2015 os zapatistas convocaram a um “semillero” que se chamou “El pensamento crítico frente a la Hidra capitalista”. O efeito desta convocatória e o material produzido pela Comissão Sexta do EZLN, que foi condensado no primeiro tomo dos cinco tomos que sete dias, nos levou a ampliar a o período histórico estudado sobre o movimento de 1994 a 2015, aproveitando esta fala sintetizadora direta da experiência zapatista, deles por eles mesmos, nesses 21 anos de aparição pública.
            O levantamento dos comunicados zapatistas acumulou quase 600 em que apareciam as palavras “indígena” e “campesino”. Conseguimos mapear momentos e variações destas falas reivindicativas da identidade ‘indígena’ ou ‘campesino” desde de 1994 a 2015. Foi possível perceber que o momento em que mais a identidade ‘campesina’ foi mencionada foi durante a marcha por La Otra Campaña’ em 2006 quando uma delegação zapatista juntou ao Delegado Zero caminharam por 31 estados da república mexicana. ‘La otra campaña’[2] foi um momento na história do EZLN em que se foi estabelecido relações com as organizações civis, movimentos sociais e outros sujeitos políticos a nível nacional, que haviam ou não respondido ao chamado da ‘Sexta Declaración de La Selva Lacandona’ (2005), para mobilizar-se desde um horizonte anticapitalista e horizontal frente ao processo eleitoral de 2006. Constatar este feito nos levou a pensar a interlocução deste sujeito indígena – figurado no EZLN – com as demais organizações camponesas.
            No princípio de 2016 o projeto passou por profundas modificações. Fazendo um giro mais à História Social e à História Agrária, tomamos rumos diferentes. Percebemos que a discussão em torno do sujeito histórico era necessária de uma maneira mais concreta ligado à construção social das identidades. Nos concentramos mais em compreender, principalmente, as identidades indígenas e camponesas dentro do discurso zapatista, observando os momentos em que reivindicavam cada uma dessas identidades e também quais eram as ressonâncias que esses discursos alcançavam fora tendo em vista averiguar qual era a continuidade que os comunicados zapatistas possuíam. Então acrescentamos, entre as fontes primárias, o trabalho de reunir e mapear através de jornais e revistas mexicanas que faziam menções e referências aos comunicados zapatistas.
É necessário dizer que o arranjo central do trabalho, o conceito de experiência, não foi abandonado nestas mudanças de foco. Continuamos pensando em trilhar o caminho conceitual mapeado por Edward Palmer Thompson, onde a construção da consciência de classe se faz a partir da experiência e dela também se deriva o conjunto de “tradições” e “costumes” que configuraram a cultura e logo a identidade de um grupo[3]. Para Thompson é através da experiência que mulheres e homens definem e redefinem suas ações, práticas e pensamentos, “compreende a resposta mental e emocional, seja de um indivíduo ou de um grupo social, a muitos acontecimentos inter-relacionados ou muitas repetições do mesmo tipo de acontecimento[4].
            Em julho de 2016 a UNIFESP recebeu a doação do Acervo Xojobil – Projeto BiblioChiapas[5] idealizada pelo mexicano e estudioso dos zapatistas, Alejandro Buenrostro e sua companheira Maria José Barboza Rinaldi. No total foram doados 13 caixas com materiais diversos principalmente sobre as temáticas camponesas e indígenas do Brasil e do México. A intenção do Projeto BiblioChiapas – Xojobil era ser uma ponte de saberes entre os dois países, um intercâmbio de práticas entre os movimentos sociais brasileiros e mexicanos e, além disso, também esclarecer o que se passava em México quando o levantamento zapatista em 1 de janeiro de 1994.
            A chegada do acervo ás dependências da universidade permitiu um encontro como novas fontes primarias e literatura mexicana. Iniciou uma nova e inesperada fase da pesquisa, que foi um processo de organização e consideração de material que abriu novas frentes para o trabalho. Nos deparamos com a trajetória e a biografia de Alejandro Buenrostro e Maria José junto às comunidades indígenas e camponesas na região da atuação dos Zapatistas[6] de uma ótica cronológica maior, já que a atuação de Alejandro começou nos anos 1950. O fascínio por todo este material e todas as fotografias que continha nos estimularam a pensar mais mudanças no projeto. Nos perguntamos de que maneira poderíamos pensar e aproveitar a riqueza desta experiência em nosso trabalho.
            Em março de 2018 iniciamos nossa primeira viagem pelo México.  Durante mais de dois meses, fizemos um longo percurso de encontros com personagens, lutadores sociais e  tentativas de visitar comunidades zapatistas. A viagem tinha por principal objetivo fazer um trabalho de campo no território zapatista, mas, fomos também seguindo las huellas de Alejandro Buenrostro e Maria José Rinaldi. Neste percurso, procuramos seguir os passos daqueles que com eles estiveram durante sua estadia no México. Também fomos informados de que havia uma continuidade do acervo de Alejandro e Maria José na cidade de Morelia, capital do estado de Michoacan, então, por aí fomos.[7]
            Foram dois meses e três dias pisando o solo mexicano. Viajamos por 4 estados da República Mexicana: chegamos ao Distrito Federal – Ciudad de México; logo fomos para Chiapas, lugar da rebelião zapatista. Por ali passamos pela capital Tuxtla Gutierrez onde tivemos o privilégio de conhecer e se hospedar na casa da família López, família de camponeses desplazados na década de 70 de suas terras no munícipio de Chicoasén por conta da construção de uma represa hidrelétrica sobre o Rio Grijalva.[8] Também, próximo a Tuxtla, no munícipio de Chiapa de Corzo, conhecemos o? Manuel Pérez Constantino, indígena migrante da Selva Lacandona, um dos fundadores do Congresso Nacional Indígena em 1974 e também da marcha das formigas ‘La Xinich’  em 1992.[9] São acontecimentos que também envolveram Alejandro e Maria José e marcam parte da história de formação do movimento zapatista.




Fotografia 1 – Vista geral de Bachajón em 1959



 


         
Fonte: Acervo Xojobil (1959)
Fotografia 2 – Entrada do povoado de Bachajón em 2018





Fonte: Própria autoria (2018)

Fotografia 3 -  Organograma da Equipe Missionária de Bachajón em 1973 sob a liderança de Alejandro Buenrostro.


 




Fonte: Acervo pessoal da Madre Sophia.

Fotografia 3 – Aluno da escola jesuíta em Bachajón 1962


 



Fonte: Acervo Xojobil (1962) 

Fotografia 4 – Aluno da escola jesuíta em Bachajón 2018


 


Fonte: Gastão Guedes (2018) 
             

Fotografia 5 - Equipe da missão jesuíta em Bachajón junto com Alejandro Buenrostro seu diretor em 1972.



 




Fonte: Acervo pessoal da Madre Ester (1972)

Fotografia 6 – Alunas na escola jesuíta em Bachajón em 1962
 
Fonte: Acervo Xojobil (1962)


Fotografia 7 – Alunas na escola jesuíta em Bachajón em 2018


 

Fonte: Gastão Guedes (2018)

Fotografia 8 – Abelino Guzmán traduzindo ‘los principales’ no Carnaval de Bachajón em 1976
Fonte: Acervo Xojobil (1976)

Fotografia 9 – Abelino Guzmán nos concedendo entrevista na biblioteca da missão jesuíta de Bachajón em abril de 2018.


 

Fonte: Imagem capturada em vídeo por Gastão Guedes (2018)

Fotografia 10 – Na casa de Maria Sarago Arcos aprendendo sobre a luta das mulheres e homens Tsetales em Bachajón.


 

Fonte: Gastão Guedes (2018)

Fotografia 11 – Exploração mineira clandestina na região das  ‘Cascadas de Agua Azul’ em San Sebastian, Bachajón.


 


Fonte: Imagem capturada em vídeo por Pauleany Linhares (2018)

Fotografia 12 – Vista geral da região das ‘Cascadas de Agua Azul’ território de disputa do movimento indígena autônomo da Sexta de Bachajón contra o estado mexicano.


 


Fonte: Própria autoria (2018) 

Fotografia 13 – Vista lateral do auditório Comandanta Ramona em Oventic, Chiapas em abril de 2018.


 




 Fonte: Própria autoria (2018) 
 
Fotografia 14 – Vista interna do auditório Comandanta Ramona em Oventic, Chiapas em abril de 2018.


 


Fonte: Própria autoria (2018)

Fotografia 15 – Vista interna do refeitório zapatista em Oventic, Chiapas em abril de 2018.


 

Fonte: Própria autoria (2018) 

Fotografia 16 – Vista externa do Centro de Línguas – Tsotil – Castellano no Caracol Oventic, Chiapas em abril de 2018.



 

 Fonte: Própria autoria (2018) 

Fotografia 17 – Vista externa da Escola Primária Autonoma Zapatista no Caracol de Oventic, Chiapas em abril de 2018.







 Fonte: Própria autoria (2018)

Fotografia 18 – 19 – Vista interna da Escola Primária Autonoma Zapatista no Caracol de Oventic, Chiapas em abril de 2018.




 Fonte: Própria autoria (2018)

Fotografia 20 – Palco para eventos em Oventic. Cenário marcante para várias datas do EZLN, inclusive o nascimento dos próprios caracóis. Também é uma réplica de Aguascalientes, lugar da Convención Nacional Democrática el 8 de agosto de 1994 e que foi destruída em seguida pelo exército mexicano. Caracol de Oventic, Chiapas em abril de 2018.







Fonte: Própria autoria (2018)


Fotografia 21 – Vista externa da Oficina de Mulheres pela Dignidade no Caracol de Oventic, Chiapas em abril de 2018.






















Fonte: Própria autoria (2018)

Fotografia 22 – Vista externa da Biblioteca no Caracol de Oventic, Chiapas em abril de 2018.




Fonte: Própria autoria (2018)



Fotografia 23 – Mural Zapatista “Oventik más Oventik: Ya yo no puedo vivier fuera de Oventik porque lo que a mi me gusta es cronstruir”. “Siempre muchos Oventik”. No Caracol de Oventik, Chiapas em abril de 2018.



 


Fonte: Própria autoria (2018)


 Fotografia 24 – Mural Zapatista “La Soldadera” no Caracol de Oventik, Chiapas em abril de 2018.


 

Fonte: Própria autoria (2018)

Fotografia 25 – Iniciando a organização do arquivo de Alejandro Buenrostro e Maria José Barbosa em seu antigo apartamento na cidade de Morelia, Michoacan em maio de 2018.


 




Fonte: Gastão Guedes (2018)


Contar toda esta experiência é importante por mostrar como ela fez necessária a transformação do projeto.  Um trabalho de mestrado sobre a história de outro país, baseado especificamente na literatura, sem nenhum contato com o objeto, não é mais possível depois destes contatos, desta convivência com o objeto. As memórias das pessoas encontradas animaram o estudo com a vida dos entrevistados, bem como as diversas paisagens que encontramos. Tudo começou com nosso trabalho de organização do acervo Xojobil e a descoberta do relato fotográfico de Alejandro Buenrostro. Dizem que foto contam uma história de umas mil palavras, mas minha leitura delas foi muito constrangido pela falta de contato com México. Depois da viagem, entendo muito melhor o significado delas. O acervo foi ganhando outra dimensão, criando muitas dúvidas sobre aquele enfoque inicial do discurso zapatista. O novo desafio é achar o encontro do projeto de pesquisa no cruzamento do empírico da viagem com a teoria da literatura.
            Conhecemos uma série de protagonistas nessa história dissertativa e no caminho do mestrado. Paramos e percebemos que tínhamos, de alguma maneira, alguns personagens aí importantes para compreender uma dinâmica que, para nós, se equacionará no conceito de subalternidade agrária, pleiteado por Armando Bartra em seu livro Campesindios: aproximaciones a los campesinos de un continente colonizado (2010).Também provoca reflexão sobre a  perspectiva  descolonial e de identidade como abordada pela Silvia Rivera Cusicanqui em sua obra Oprimidos pero no vencidos: luchas del campesinado aymara y quéchua de Bolivia, 1900-1980 (1984).
            Com uma nova missão de equacionar todas estas informações e relações em torno da subalternidade agrária de Chiapas, MX, retomamos a seguir nossa dissertação.










[2]  ‘La Otra Campaña’ foi um momento na história do EZLN em que se estabeleceu relações com as organizações civis, movimentos sociais e outros sujeitos políticos a nível nacional afim de mobilizar-se desde um horizonte anticapitalista e horizontal frente ao processo eleitoral de 2005.
[3] THOMPSON, E. P. Costumes em comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 528 p.
[4] THOMPSON, E.P. A miséria da teoria ou um planetário de erros: uma crítica ao pensamento de Althusser. RJ: ZAHAR, 1981.
[5] O Acervo Xojobil – BiblioChiapas tem o pontapé inicial de sua formação a partir da chegada de Alejandro Buenrostro no Brasil, mais especificamente, em Guarulhos – São Paulo, nos anos noventa. O acervo funcionou durante anos e foi consultado por variados e consagrados estudiosos dos zapatistas no Brasil. Para mais informações sobre o acervo: < http://bibliochiapas.blogspot.com/p/sobre.html > <https://www.facebook.com/bibliochiapas/>
[6] Pude apresentar um pouco desta trajetória em uma comunicação na II Semana de História na Universidad Autônoma Metropolitana de Iztapalapa, Ciudad de México em março de 2018.
[7] Um roteiro inicial da viagem pode ser encontrado no apêndice deste relatório.
[8] No capítulo I da dissertação e componente deste relatório teremos a oportunidade de conhecer essa história do ‘desplazamiento’ através do relato de vida da matriarca, a “abuelita”, como eu carinhosamente a chamava, dona Maria Luisa Hernández Núñez.
[9] A história do Manuel também forma parte do Capítulo I desta dissertação. Ele contou sua experiência e trajetória de vida e luta dentro do movimento indígena no estado de Chiapas. Ele também nos oferece uma convivência com sua vida atual, onde, cuida de um terreno em uma ocupação ilegal de casas na cidade de Chiapas de Corzo, trabalhando quase como se fosse um trabalhador escravo, padece de carências básicas, ele e sua família. Esta realidade também está plasmada na experiência de vida não só de Manuel, mas de todo o panorama que podemos acompanhar e observar no estado de Chiapas.